CIO tradicional, seus dias estão contados

Atenção gestores de TI: a tão falada transformação digital vai sacodir a poeira nas empresas e revolucionar sua postura, quer você queira, quer não. É o que garante um novo relatório da IDC, segundo o qual o posicionamento do CIO ou muda, ou acaba.

Categórica, a consultoria afirma no relatório denominado FutureScape que profissionais que não souberem se adaptar perderão espaço e cargos para os chamados Chief Digital Officers (CDO) ou equivalentes. E que posturas convencionais ficarão “marginalizadas”.

Os termos fortes utilizados pela IDC referenciam uma realidade que já está aí: não há mais tempo para se preparar para a transformação digital, ela chegou e acontece todos os dias, com cada vez mais empresas digitalizando seus negócios, trazendo a tecnologia para o core business e aderindo a modelos que deixam o conhecido formato “a TI na base, o negócio no topo” para trás.

Mas o que é um CIO tradicional? Na visão da IDC, trata-se daquele profissional que chefia apenas a TI, comandando um setor que funciona em paralelo à estratégia de negócios, sem adesão direta a ela. Aquele profissional que gerencia um departamento de tecnologia separado dos demais, com funções específica e estritamente ligadas a TI, sem correlação com as demais áreas de uma empresa na tomada de decisões.

E o que é o novo modelo, esperado e projetado no relatório divulgado? Para a consultoria, à medida em que as companhias modernizam seus negócios por meio da digitalização, aumentando o movimento de adesão à tecnologia como parte intrínseca dos negócios, os gestores de TI precisam se reconfigurar, assumindo funções diretamente ligadas ao core business das organizações.

Ou seja, o novo CIO é agente da mudança dentro da empresa. Ele não espera pela “transformação digital” da companhia, ele a guia, sugerindo soluções que possam melhorar e potencializar as ações de todos os departamentos – do financeiro ao RH, do atendimento às vendas, da diretoria ao suporte.

Este novo perfil engloba um profissional capaz de enxergar a tecnologia como aliada direta da geração de lucro, que consegue calcular e entregar Retorno de Investimento (ROI) com base em resultados sólidos e pré-planejados, avaliar os prós e contras da adoção de uma nova tecnologia para cada segmento do negócio e apresentar tais dados de forma compreensível por todos os envolvidos, tornando-se um guia do CEO ou do CFO para decisões por investimentos nesta área.

E, por fim, trata-se de um profissional que sabe aplicar tais atualizações de perfil a todo o departamento de TI, guiando novas posturas internas, delegando funções que transformem o setor em elemento estratégico, e não mais naquele que atende a demandas enviadas pelas áreas de negócio e soluciona problemas em sistemas e máquinas.

Esta mudança é tão necessária que a IDC chega a dizer que as funções “tradicionais de TI ficam menos relevantes” ao passo em que a transformação digital aumenta.

Um CIO que enderece demandas de TI alicerçadas pela estratégia de vendas e lucro da empresa. Esta é a atribuição esperada ao novo modelo, ou ao que a IDC postula como CDO.

Todo CIO pode se tornar um CDO? A resposta é: se souber se adaptar, sim. É claro que os termos utilizados para nomear este profissional não precisam, necessariamente, mudar dentro das empresas, mas o fato é que a postura digital, o perfil de um chefe de negócios frente à tecnologia, e não um chefe de tecnologia executando funções de pura base ao restante dos negócios, terá de ser assumido.

Chegar nisso envolve passar do posto de executor e solucionador de demandas para o de provedor de serviços e soluções. O profissional notará que, quanto mais as companhias aderirem ao modelo da transformação digital, trazendo a tecnologia para o ambiente de negócios, mais sua ajuda será necessária para garantir que todos entendam as aplicações usadas e, efetivamente, as usem.

Calma, CIO, seu cargo não vai acabar. Mas vai se transformar. E você terá de atender a esta mudança, o que será muito benéfico para sua área de TI e para toda a empresa. Aposte nas novas tecnologias, na nuvem, nos integradores de serviços e soluções de TI para atuarem como seus parceiros na escolha da melhor estratégia, tendo em foco sempre os negócios. Desta forma, sua postura tradicional, e somente ela, estará com os dias contados.