Edson Cardoso é gerente de pré-vendas do Grupo Binário
Edson Cardoso é gerente de pré-vendas do Grupo Binário

Você sabe o que significam os conceitos RTO e RPO? Se quiser que sua estratégia de disaster recovery dê certo, é melhor que sua resposta seja sim.

Recovery Time Objective (RTO) e Recovery Point Objetive (RPO) são suas siglas de ouro para garantir um plano de recuperação de dados efetivo em caso de perda por invasão, defeitos em equipamentos, falhas de sistemas, intercorrências técnicas, desastres naturais ou outras razões.

O primeiro conceito refere-se ao tempo necessário para que as operações se restabeleçam após a parada.

O segundo releva um limite de tolerância de perda de informações em caso de desastre.

Percebeu como estabelecer índices de RTO e RPO pode ser crucial? E para definir estas taxas, comece por estudar quanto tempo seu negócio tolera aplicações paradas, partindo em seguida para a verificação do impacto que tais horas inoperantes trarão: que operações ficarão estagnadas, que prejuízos você terá com isso agora e futuramente, quais os integrantes de sua cadeia (fornecedores, colaboradores, clientes etc) serão atingidos por isso, entre outras variáveis que cada empresa terá em particular.

Depois, avalie as informações não geradas durante as horas de parada. O que se perdeu? São dados sem os quais sua empresa sofrerá? É preciso destinar equipes a atuar somente na recuperação destes dados?

Analise os contras e prós de cada uma destas ações e estabeleça seu RPO.

Tendo isso projetado, será mais fácil fazer o cálculo do tempo perdido e da ação a executar imediatamente após um desastre que implique em parada das operações e perda de dados. Agora isso pode não parecer mais do que teoria, mas lembre-se que para este ano há previsão de problemas que afetarão a economia, como paradas energéticas e falhas na infraestrutura de serviços diversos, que vão do fornecimento de água a Telecom.

Caso estes ou outros problemas aconteçam, poderão significar horas de informações não geradas. Por mais que suas equipes sigam trabalhando em modo alternativo às condições normais, os sistemas fora do ar – por exemplo – deixarão de ser alimentados. E no fim do mês, seu financeiro, administrativo, RH, marketing, logística, compras e outros setores sentirão a falta destes dados, e os seus resultados de negócio também.

Por isso minha insistência: tenha RTO e RPO bem definidos. Estes parâmetros farão a diferença naqueles casos em que o fator tempo será seu divisor de águas entre o sucesso ou o fracasso trazido pela interrupção das operações.

Sim, pois são eles que ditarão o limite de autonomia de seus processos de negócios em situações de contingência, bem como o limite de tempo para ações de retomada, deixando claras as reais expectativas de seu negócio ao time responsável pelas ferramentas de continuidade de operações.

Além disso, ter estes conceitos bem alinhados ao plano de disaster recovery o ajudará a decidir, em momentos de urgência, se vale a pena retomar e recuperar ou assumir o impacto gerado pela perda de informações e ir adiante sem elas. Afinal, algumas vezes trabalhar na retomada de dados será mais dispendioso do que arcar com sua perda, podendo postergar o tempo de inoperância das equipes.

Se ainda restam dúvidas sobre a importância do disaster recovery, saiba que esta estratégia está na mira de todo um mercado: o Gartner prevê que em 2015 os CIOs da América Latina investirão US$ 116 bilhões em TIC, dos quais 56% irão para infraestrutura, grande parte disso para virtualização. E outro estudo, da AF, aponta que a aposta em virtualização se dá, entre outras razões, porque virtualizar garante aos servidores alta disponibilidade e integra ambientes, o que facilita o processo de… Isso mesmo, disaster recovery.

Além disso, em 2014 consolidaram-se no país os chamados Engineered Systems, sistemas que incorporam hardware e software com finalidade específica. Entre outras razões, como o aumento da produtividade e a centralização do suporte, estas soluções atraíram e seguem atraindo interesse por possibilitarem a criação de uma infraestrutura para recuperação de desastres.

O mercado investindo ou suas demandas internas pedindo, o importante é você ouvir as tendências e atentar para a boa aplicação de RTO e RPO a sua estratégia de contingência e continuidade. Faça isso e terá muito mais tranquilidade, garanto.

Fontes:
http://goo.gl/0ka5Xg
http://goo.gl/3xIfln
http://goo.gl/LJQyZd
http://goo.gl/wQx2v7