André Pastre é Gerente de Unidade de Negócios - Trust Advisor
André Pastre é Gerente de Unidade de Negócios – Trust Advisor

O setor de hosting e infraestrutura de TI irá encerrar o primeiro semestre de 2016 com uma população da ordem de 700 empresas e cerca de 4 milhões de sites hospedados, movimentando uma receita global de mais de R$ 1,2 bilhão até o final de 2016, alta de 7,5% sobre o mesmo período de 2015.

Os dados são da Abrahosting (Associação Brasileira das Empresas de Infraestrutura e Hospedagem na Internet) e indicam um movimento maior: o de investimento não apenas nestes segmentos, mas em soluções diversas de Tecnologia da Informação, para atravessar o momento de crise econômica.

São responsáveis por este movimento fatores como a progressiva digitalização dos negócios, com adesão cada vez maior de empresas de todos os portes, e o avanço da virtualização e dos serviços na nuvem, que posiciona a terceirização da informática como um fator de redução de custos para companhias de todos os portes e setores.

E corte de custos é música para os ouvidos corporativos em momentos como este, de uma recessão econômica que vem se aprofundando desde 2013. Logo, é de se esperar que a popularização de tecnologias como a cloud copmputing e a virtualização levem uma parte importante das verbas que as companhias antes despendiam em hardware e suporte local de TI.

E como a indústria pode se preparar para atender a esta demanda? Além de ofertar soluções tradicionais de hosting tradicional – para citar só um exemplo -, é bom ampliar o portfólio para as ofertas de valor agregado, compreendendo a terceirização de aplicações de gestão (ERP) e de infraestrutura virtual para a execução de aplicativos.

Um movimento de especialização necessário aos fornecedores que vem tomando cada vez mais forma – veja-se o crescimento da oferta de estruturas virtuais para e-commerce, data center, outsourcing de operações de missão crítica, permitindo o acesso a produtos e serviços desta linha a empresas de menor porte.

Para se ter uma ideia, os setores de infraestrutura de TI, governança e storage movimentarão R$ 90 milhões só no Brasil este ano. Expansão, segundo a Abrahosting, baseada no crescimento de soluções como software como serviço (SaaS), infraestrutura como serviço (IaaS) e plataforma como serviço (PaaS).

E se crescer é bom, manter o crescimento é melhor ainda. Assim, é bom que os fornecedores da indústria de hosting e infraestrutura de TI mantenham os olhos abertos para fatores associados ao bom funcionamento do setor. Um deles – e dos mais importantes – é o fator regulação. Discutir a responsabilidade jurídica pelo armazenamento de dados de terceiros, questões relacionadas a conflitos de copyright relativos a conteúdos hospedados são exemplos de temas que devem estar na mente dos fornecedores este ano.

Fatores políticos e tributários também vêm à tona. Para quem vende hospedagem, data center como serviço, aplicações em nuvem e serviços relacionados, o debate sobre a redução da incidência tributária sobre diversos segmentos da TI é fundamental.

Não apenas a indústria de hosting e infraestrutura de TI como serviço se beneficia de um mercado em crescimento e da discussão das questões que podem mantê-lo saudável: no final, todo o segmento de tecnologia é favorecido por tais questões.

A expansão da tecnologia em um momento de crise só evidencia a importância deste setor para todo o mercado. O fato é que recessão passará, e que a TI é um dos principais fatores que auxiliará as empresas a passarem por ela de maneira inteligente, garantindo condições de trabalho e competitividade.

Assim, quem apostar em TI neste momento estará mais apto a aproveitar o bom momento quando a crise terminar, ou seja: trata-se de uma aposta não apenas no presente, mas também no futuro, com vistas a impulsionar os negócios e a projetar empresas para a bonança após a tempestade.