Douglas Alvarez, diretor Comercial da Unidade de Negócios Enterprise do Grupo Binário.
Douglas Alvarez, Diretor Comercial Enterprises do Grupo Binário.

Fazer mais com menos é um enorme desejo, quase um estado contemplativo dos dias atuais, quando todo investimento deve ser potencializado ao máximo do aproveitamento, visando a economia e aumento da produtividade em tempos de crise.

Entretanto, pode ser também um tiro no pé. A constatação é do Gartner, uma das mais renomadas consultorias globais de negócios segundo a qual o esforço para produzir mais com menos recursos pode barrar o avanço das empresas na transformação digital.

Assim, postergar investimentos em tecnologia, apostando no uso e otimização do parque de soluções e equipamentos atual, pode ser crítico para o negócio. O melhor, segundo o Gartner, é analisar as necessidades financeiras, mas sem esquecer que a inovação também é moeda forte para combater o momento duvidoso da economia nacional.

Um bom termômetro para facilitar a decisão de investir ou não é a análise da concorrência. Repare: enquanto você fecha a mão para não gastar em novas tecnologias, seu competidor pode estar avançando neste sentido e, com isso, garantindo uma infraestrutura mais robusta, que lhe garante mais produtividade e agilidade, ou um contingente de software que transforme seus processos e rotinas, diminuindo o tempo de realização de ações e os gastos com retrabalho ou melhorando o aproveitamento dos recursos humanos, que passam a ser direcionados a tarefas estratégicas, bem além do operacional.

Esperar pela melhora do mercado para investir em tecnologia pode significar não economia, nem otimização de investimento legado, mas atraso. O mais sensato é ampliar a visão e analisar diferentes opções – vale a pena abrir espaço para analisar soluções “fora da caixa” para a empresa, sair do lugar comum, buscar o novo, pois a solução para gargalos do negócio pode não estar apenas naquelas ferramentas já analisadas e desconsideradas por conta do alto custo ou complexidade. Formatos como cloud computing, virtualização, modelos As a Service, devem ser considerados, já que, muitas vezes, representam oferta de sistemas, infraestrutura e serviços por preços atrativos e agregados a capacidades de gestão profissional.

E se investir pouco ou não investir é um erro, cortar investimentos em andamento é ainda pior. Gerir os custos da empresa em momento de crise deve incluir dar sustento às alavancas para seu crescimento, e não elimina-las.

Ponha na balança: o quanto a redução de determinado custo trará de benefício para a execução dos processos da empresa versus o quanto tal custo é necessário para a obtenção dos resultados projetados. O corte é realmente a solução? Ou é melhor redirecionar a economia para outro setor, mantendo a inovação na mira para não tirar o negócio da escala evolutiva?

Não é uma equação fácil de balancear, mas é uma dor pela qual todas as companhias que desejem estar inseridas no contexto da transformação digital precisam passar. E estar em tal contexto significa muito – pode ser o “dentro” ou “fora” do mercado atual. A tecnologia precisa estar no foco, senão no centro, da estratégia. Economizar com isso pode até parecer justificável em um primeiro momento, mas é um remédio que pode ter contraindicações no médio ou até mesmo no curto prazo. Muito cuidado com os efeitos colaterais.

Fontes:
http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&infoid=42058&sid=97#.Vwa016QrLIU
http://computerworld.com.br/otimizar-custos-lidera-lista-de-prioridades-dos-cios-na-america-latina
http://www.revistamt.com.br/index.php?option=com_conteudo&task=viewMateria&id=2037

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