Marcela Rodrigues é gerente Comercial da BinarioMobile
Marcela Rodrigues é gerente Comercial da BinarioMobile

Dentro de cinco anos, pode ser que na sua empresa, a maioria dos colaboradores traga a estação de trabalho de casa. Possivelmente, no bolso. Não sou eu que estou dizendo isso, é a Juniper Research, com base em uma pesquisa na qual aponta que o número de funcionários usando BYOD será de mais de 1 bilhão até 2018.

Ou seja, a resposta à pergunta já descabida sobre “será que o BYOD se consolidará como realidade corporativa”, está mais do que dada: sim. O que fica é outra questão: você está preparado – mesmo – para este novo cenário?

Antes de responder, leve em conta que esta pergunta passa por quesitos de produtividade, segurança, legislação trabalhista, entre vários outros.

Vamos a cada um deles, mas com mais do que questionamentos: com dicas de como contornar cada desafio e transformar o BYOD em aliado da estratégia de crescimento do negócio.

Ponto um: gerenciamento. É importante prestar atenção ao fato de que não apenas a rede precisa ser gerida, no que tange à disponibilidade e segurança, nem apenas o dispositivo (adquiro e cedo para uso ou permito ao colaborador usar seu próprio dispositivo pessoal?), e também não somente as aplicações: além de tudo isso, é preciso gerir as plataformas sobre as quais as aplicações trabalharão.

Ponto dois: permissividade. É preciso estabelecer, partindo da TI para todas as área de negócios, uma estratégia com regras bem definidas de gestão de acesso, em primeiro lugar. Quem pode acessar que diretórios, sistemas, redes, ambientes digitais em geral, da empresa, e quando?

Ponto três: proatividade. A empresa precisa agir à frente quanto a segurança dos dispositivos móveis conectados em suas redes, e nisso entra o que veio de fora, no bolso ou na mochila do colaborador, e também aqueles devices que são patrimônio da companhia. Por quê? Para que, com o perdão do jogo de palavras, as empresas possam permitir o uso de dispositivos pessoais no ambiente corporativo, assegurando que este uso seja corporativo, e não pessoal.

Ponto quatro: controle. Estabelecer uma política de acesso é imprescindível, adotar ferramentas de segurança também, mas tudo isso precisa ficar sob um guarda-chuva de gestão atenta ininterrupta. O motivo é simples: o ser humano é curioso e desbravador por natureza, ou seja, um ou outro funcionário vai acabar tentando e descobrindo formas de dar uma escapada nas regras – nada de grave, aquele uso de WiFi indevido, aquele download de aplicação inadequada, coisinhas que podem se tornar problemões se não forem geridas a tempo. O guarda-chuva do controle vai impedir esta intempérie e, se não impedi-la, será suficiente para contê-la antes que alague sua política de BYOD, pode confiar.

Ponto cinco: complexidade. Esta é, na verdade, uma extensão do ponto quatro, já que o fator “controle” acarreta uma mudança de modelo na atuação da TI, que parte de um trabalho B2B, ou seja, de si para a empresa, para um combinado de TI + usuário para a empresa, em uma espécie de B2C interno. É a TI trabalhando para cada um dos colaboradores, ao invés de atuar somente para o todo, já que agora são muitos equipamentos e sistemas diferentes para gerir, e nenhum pode passar despercebido.

Ponto seis: risco. Mesmo tomando todo o cuidado, tenha em mente que riscos existem à segurança da informação, à propriedade intelectual, a regras de privacidade e outros campos. Uma pesquisa realizada recentemente por um grande player mundial de segurança, por exemplo, mostrou que 55% das companhias globalmente ouvidas têm certeza que malwares detectados em seus ambientes e perdas de dados inconsistentes foram gerados acidentalmente por colaboradores na prática do BYOD.

Ponto sete: rastreabilidade. Garanta o acompanhamento dos dados confidenciais e corporativos que forem transferidos aos dispositivos móveis. É importante saber quem pode acessá-los, de quais aparelhos, quando e para quê.

Ponto nove: compatibilidade. Afinal, um smartphone, tablet, notebook ou outro gadget só será eficiente para seu negócio se for compatível com os sistemas de sua empresa, certo?

Ponto dez: relaxe. Ok, sei que a esta altura você já recebeu informação suficiente para estar, pelo menos, muito atento, mas entenda que nada disso precisa ser um bicho de sete cabeças. Basta estabelecer políticas claras, tomar as medidas adequadas ao seu negócio (nada de modelos prontos, a sua empresa é única e só você e seus gestores sabem definir exatamente níveis de acesso, grupos de autorização, aplicações e sistemas plausíveis etc) e pronto, sua companhia estará preparada para aproveitar os benefícios que o BYOD pode trazer, e são vários.

Com cautela e boa gestão, é possível fazer do BYOD um aliado no aumento da agilidade e eficiência de seus colaboradores. E até 2018 você vai descobrir isso, querendo ou não…