Douglas Alvarez, diretor Comercial da Unidade de Negócios Enterprise do Grupo Binário.
Douglas Alvarez, Diretor Comercial da Enterprises do Grupo Binário.

O setor de TI deve apresentar crescimento de 4,2% em 2015 no Brasil, mesmo frente a um cenário em que a economia deverá ter queda de -3%.

É o que aponta uma pesquisa da Advance Consulting. Sim, estamos bem, na contramão da crise, mas… Nem por isso os desafios são menores, afinal 2015 foi difícil para todos os setores, e para a tecnologia não foi diferente – que o digam as renegociações de contratos, projetos engavetados e decisões de compra represadas que enfrentamos com clientes e prospects ao longo do ano, além da ginástica para driblar a alta do dólar, dos preços no mercado interno e dos tributos, para citar só alguns fatores, não é mesmo?

E esta dificuldade em meio ao momento de crescimento está estampada na pesquisa da Advance. Conforme o estudo, a média de expansão da TI reduziu dos 12% vividos de 1990 a 2010 para os atuais 4,2%. Além disso, mesmo registrando alta neste ano espinhoso, o setor tem empresas enfrentando adversidades: para 18% das ouvidas pelo levantamento, o ano foi de queda acima de 15% no faturamento.

Nenhuma surpresa, visto que o cenário geral ao redor é de mais de 4 milhões de corporações inadimplentes (bastante significativo quando se sabe que o Brasil tem 5,5 milhões de empresas).

Não à toa, os economistas preveem que 2015 será o ano da mais acentuada recessão que o país já enfrentou nos últimos 80 anos, encerrando com PIB baixo e dívida pública altíssima. Para piorar, o Banco Central já prenunciou dificuldades sequentes em relação ao dólar, dizendo que o câmbio só deverá retomar a estabilidade em 2017.

Em meio a tudo isso, por que a TI cresce? Afinal, veja-se que mesmo que haja as empresas em recessão, 26% das entrevistadas pela Advance cresceram mais de 15% no ano, impulsionando o segmento.

A resposta está na própria crise. Enquanto a economia em recessão traz dificuldades para as empresas de qualquer setor, a tecnologia apresenta soluções que não apenas tornam o dia a dia mais fácil, como fazem a mágica da muito desejada redução de custos.

Automatizar reduz tarefas das pessoas, liberando recursos humanos para trabalhar mais e melhor em áreas bem focadas. Investir em software pode melhorar a gestão, a inteligência, o comércio físico ou online, as negociações, a análise do cliente ou de quem está na mira para se tornar cliente. Em hardware, o investimento pode resultar em uma infraestrutura mais robusta, que dará suporte para operações mais rápidas e ágeis, evitando paradas de negócio. A telefonia, outro ponto relevante da estratégia de TIC que traz muito o que colher, como integração de unidades de negócio, aproximação de colaboradores, parceiros e clientes, diminuição de gastos com ligações se o investimento for em VoIP ou soluções afins, enfim: há muito o que se dizer sobre os benefícios trazidos pela TI para negócios das mais diversas áreas, dos mais variados portes.

É por isso que a TI cresce. É por isso que no primeiro trimestre deste ano o segmento impulsionou o crescimento de 6,1% no mercado brasileiro de serviços.

É por isso que em 2013 o setor cresceu 7% e em 2014, mesmo ante todos os problemas trazidos pela crise, expandiu a receita em 2,9%, segundo dados do IBGE.

Vale a pena investir em TI, e as empresas de todos os setores têm se dado conta disso, cada vez mais. Bom para o segmento de tecnologia, bom para o país. Rumo à expansão contínua.