Douglas Bento é Engenheiro de Sistemas do Grupo Binário
Douglas Bento é Engenheiro de Sistemas da B.U Segurança do Grupo Binário

Ninguém que fale em transformação digital pode ignorar o advento da mobilidade como um dos fatores que desencadeou muitas das grandes mudanças a que estamos assistindo. Desde que conseguimos levar nosso trabalho e nossos dados para praticamente qualquer lugar, novas possibilidades foram surgindo. Computação em nuvem, movimentos como BYOD, a interação das redes sociais, BI, tendências, novas ferramentas e inúmeras outras soluções vêm mudando não só a vida pessoal no dia a dia, mas também o mundo dos negócios. E, para muitos especialistas, este cenário desenhou “a hora” de Big Data/Analytics, em muito graças à Internet das Coisas (ou IoT, da sigla em inglês para Internet of Things).

Há pelo menos dois anos se fala na Internet das Coisas, para muitos, uma grande revolução. Ela trata, basicamente, da integração entre diferentes dispositivos a partir de sensores conectados a hardware e software com grande capacidade de processamento e de armazenamento. Essas “coisas” (uma infinidade de dispositivos e equipamentos como relógios, roupas, carros, eletrodomésticos, casas, etc.) geram dados, se comunicam. Assim, todas as luzes ou o sistema de segurança de uma casa podem ser monitorados à distância, por exemplo. Um refrigerador “inteligente” pode mostrar, na tela da porta, quais os itens que estão em falta – pode até mesmo gerar uma lista de compras baseado no que a família consome habitualmente.

Num cenário que é cada vez mais complexo, com um volume e um fluxo de dados cada vez maiores, equipes e lideranças de TI buscam novos processos e soluções a implementar – com a pressão de sempre manter as operações em funcionamento. A tecnologia segue sua evolução, constante e ininterrupta, criando sempre mais possibilidades. Aos executivos cabe pensar em como utilizar as novidades na área de TI alinhando as tendências tecnológicas de maneira a atender as demandas e estratégias de negócios das suas empresas.

A IoT promete aplicações praticamente infinitas, mas traz um grande desafio: há que se ter tecnologia de sistemas e ambientes de infraestrutura tecnológica preparados para suportar o crescimento contínuo desse mundo da mobilidade, para que os dados gerados por bilhões de dispositivos possam ser transmitidos via conexões seguras e com confiabilidade – assim, a infraestrutura e a segurança são fundamentais, sempre – a fim de serem analisados e interpretados, de modo a se transformarem em informação útil e valioso.

Estima-se que os dados digitais cresçam cerca de 150% ao ano – e esta “abundância de dados” é o detalhe para que muitos analistas digam que chegou a hora de Big Data/Analytics. Graças à IoT. Como? Se considerarmos que a maior parte destes dados não é estruturada, veremos que não é fácil tê-los integrados nas bases de dados relacionais que as organizações usam. Já os dados gerados pelas “coisas” são estruturados, ou seja, não é necessário criar novos softwares ou aplicações para estes dados, pois os sensores que os emitem têm um layout definido. Então eles podem ser incorporados com mais rapidez às bases de dados que temos. E a criação de novos algoritmos que transformem os dados desestruturados em informações úteis que possam ser ligadas à inteligência dos negócios se torna mais eficaz. O resultado? O uso pleno destes dados, em tempo real ou num tempo que se aplique à eficiência dos negócios.

As aplicações, cada vez mais, serão desenvolvidas e programadas para trabalhar com um gigantesco e contínuo fluxo de dados, que precisarão ser processados. Pense em adotar soluções e ferramentas de Big Data e Analytics: a Internet das Coisas dará o impulso necessário para que estes movimentos ganhem força e se estabeleçam. Mas também pense, e muito bem, na infraestrutura para isso tudo. Sistemas precisam de uma infraestrutura sólida para rodar com bom desempenho, logo, investir em armazenamento e redes seguros, robustos e confiáveis é o caminho para o sucesso.

Parece óbvio, já que os dados só têm importância se podem ser transformados em informações de valor, ou seja, úteis. Internet das Coisas e Big Data significam volumes avassaladores de dados em um formato conhecido oferecendo informações de qualidade (Analytics) no tempo certo – de acordo com as demandas do negócio. Sem, é claro, esquecer da segurança. E o seu negócio já está preparado?