Luiz Fernando Kasprik é gerente de divisão

A Anatel divulgou um comunicado depois da reportagem publicada pela Folha de S.Paulo sobre as ligações derrubadas propositalmente no plano Infinity, da operadora TIM. No documento, o órgão público informa que só poderá tomar providências legais contra a operadora após a tramitação do processo administrativo do qual faz parte o relatório com as informações sobre as supostas práticas ilegais.

A reportagem afirma que as ligações feitas pelo plano Infinity possuem uma taxa de queda quatro vezes maior do que as feitas pelos clientes não-Infinity, de acordo com informações da Anatel.

 Neste momento, parece que punir a TIM (não estou defendendo a operadora, apenas usando-a como exemplo) resolverá os graves problemas de falta de investimento, cobertura, infraestrutura e modelo de negócios em telecomunicações no Brasil. Na verdade, todos sabem que desde a aplicação do modelo aberto de telecom no país, com os marcos regulatórios e concessões, as coisas andam a passos lentos.

 Continuamos usando e reutilizando antiga infraestrutura que claramente não suportam a demanda existente e já é utilizada por cerca de 250 milhões de dispositivos. Mais do que buscar culpados, é necessário tratar essas claras questões e apurar: a verdade, os prejuízos, as necessidades, as responsabilidades e partir para algo consistente, factível e indispensável nos dias atuais.

 Convido mais uma vez a Anatel e o Ministério das Comunicações a expandirem a discussão, os horizontes e tratar a realidade na forma em que se apresenta. Creio que desta forma madura poderemos colocar as expectativas de todos na mesma página.