Leandro Alves é Gerente Comercial da Unidade Brasília do Grupo Binário.
Leandro Alves é Gerente Comercial da Unidade Brasília do Grupo Binário.

O mercado de redes IP assumiu tamanha importância no cenário de telecomunicações que há mais de uma década requer que as empresas deste setor tenham elementos IP dedicados ao core (centro) de rede. Estes elementos, por vezes, ficam em localidades distantes e precisam se comunicar de forma eficiente e com um elevado volume de informações, demandando cada vez mais velocidade de comunicação 10G, 40G, 100G, 400G e além. Atualmente, temos a consolidação dos 100G (100G coherent), cujos desafios de transmissão a longas distâncias foram vencidos.

Para o transporte destes dados, são utilizadas redes PTN (Packet Transport Networks) baseadas, por exemplo, em tecnologia DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing). Entretanto, há uma série de obstáculos nessas topologias, como escalabilidade, flexibilidade, custo, provisionamento etc. Por outro lado, o DWDM trata-se de uma tecnologia consolidada e, por isso, confiável ao meio corporativo.

A rede IP evoluiu muito no sentido do adensamento de dados em interfaces ópticas – hoje com 100G já consolidado e as próximas gerações de 400G em andamento. A diferença é que cada interface emite sinais em apenas um comprimento de onda, que é comumente conhecida como “interface cinza”. Já, em uma rede DWDM existe um transponder que recebe estes dados com comprimento de onda cinza, altera a cor da onda, promovendo o que chamamos de “IP colorido”. A partir daí, transfere o sinal com vários comprimentos de onda ao multiplexador que, na sequência, transporta efetivamente o sinal ao seu destino.

A grande novidade está em trazer o transponder de 100G para dentro do roteador (elemento fundamental das redes IP) e já sair deste elemento com o “IP Colorido”. Isso muda o conceito topológico da rede, pois o transponder é oneroso e não agrega quaisquer outros serviços ao mundo IP. Ainda, ocupa espaço e aumenta a complexidade da rede tornando-se mais um ponto de falha.

Por meio deste sistema integrado, as empresas agora podem transmitir diretamente de seus roteadores de core o IP a 100G em várias “cores”, além de prover outros serviços típicos dessas redes (BGP, MPLS e outros). Um ganho extra seria o melhor aproveitamento estatístico da transmissão, já que ele conseguiria, por exemplo, anexar o tráfego coletado na própria localidade e anexá-lo ao circuito de transmissão, maximizando o uso do serviço de transporte de dados em DWDM.

É válido ressaltar que esta tecnologia já está em funcionamento no Brasil e faz parte do nosso universo de TI, com registros comprovados de redução de custo. Hoje, portanto, existe um enorme número de oportunidades e sabemos que a tecnologia DWDM está muito estabilizada e se desenvolvendo a cada dia. Porém, não seria importante considerar a inserção do IP colorido direto do roteador na expansão das redes PTN? Na minha opinião: sim.

Artigo originalmente publicado no portal IP News
http://ipnews.com.br/artigo-nova-onda-ip-colorido/