Arthur Oliveira é Gerente de Desenvolvimento de Negócios do Grupo Binário

No dia a dia, é estimado que a sociedade gere cerca de 15 petabytes de informações sobre as suas operações comerciais, financeiras, clientes e fornecedores. Também um volume impressionante de dados circula nas mídias sociais e dispositivos móveis, e outro tanto são gerados pelo número cada vez maior de sensores e diferentes equipamentos embutidos no mundo físico, como rodovias, automóveis, aeronaves, máquinas robóticas, etc.

Um único segundo de vídeo em alta definição gera duas mil vezes mais bytes que uma página de  texto. Isso não vem de hoje, começou mais visivelmente há uns cinco anos, e o desafio está na complexidade em capturar, manusear, analisar e gerenciar o volume e a variedade de informações que chegam em diversos formatos e de fontes variadas e levar essa inteligência para os negócios e assim ampliar a vantagem competitiva.

O Big Data, conceito com foco em grande armazenamento e maior velocidade, tem movimentado o mercado com desenvolvimento de algoritmos, virtualização de storage, uma nova geração de ferramentas analíticas e de segurança. A maioria das corporações, com exceção talvez do mercado varejista e redes de grandes marcas, sabem o que é o modelo, mas poucas, de fato, investem nele para ampliar e impulsionar os negócios.

Acredito que poucos executivos no Brasil têm conseguido estruturar um modelo que faça a diferença na gestão e nos resultados da companhia. “A forma como se processa os dados e se define as fronteiras do campo de informação e ações práticas na busca de resultados ainda é muito baseada no operacional.”

Pelo que tenho lido o mercado norte-americano tem projetos de Big data muito bem estruturados, mas por aqui vejo que temos muito que fazer nesse sentido. Empresas como Google e Facebook estão se beneficiando desse fenômeno.

O Hadoop, plataforma para análise de dados, está saindo das sombras e conquistando as empresas. Companhias como eBay, Facebook, LinkedIn, Netflix e Twitter e de setores como finanças, tecnologia, telecomunicações e governo foram atraídas por essa ferramenta pela sua capacidade de armazenar, processar e avaliar grandes volumes de informações mas a falta de talentos com habilidade na tecnologia opensource representam desafios técnicos que as equipes de TI precisam lidar.

Eu estimo que no Brasil, nos próximos três anos, veremos uma grande lacuna entre empresas que souberam explorar muito bem o Big Data e aquelas que ainda não entenderam ou não  souberam utilizar o seu poder de transformar dados em informações estratégicas para terem uma real vantagem competitiva no mercado.

Portanto, quanto melhor tratar a informação, melhor o seu processo de decisão e resultados.