Bruno Adorno, gerente Comercial da B.U de Segurança
Bruno Adorno, gerente Comercial da B.U. de Segurança

O cenário para a área de cibersegurança corporativa, segundo especialistas, será grandes surpresas em 2016. A tendência é de que os profissionais de segurança deverão adotar uma nova estratégia, envolvendo abordagens avançadas, como a tecnologia de micro segmentação, para conter os ataques cada vez mais sofisticados dos criminosos cibernéticos.

Ao que tudo indica, os líderes já estão percebendo a necessidade de investir em segurança digital. Segundo o Gartner, em 2015 foram gastos com Segurança da Informação cifras que superam a marca de US$ 75,4 bilhões, um aumento de 4,7% em relação a 2014. Este crescimento no emprego de recursos do orçamento para o setor, revela um movimento preventivo tanto de empresas privadas, quanto públicas, para combater as ameaças.

O que pensávamos que só poderia acontecer nos filmes, pode se tornar realidade: as ameaças virtuais poderão interferir fisicamente no mundo real. Com o crescimento exponencial da Internet das Coisas (IoT) que, segundo o Gartner, já em 2016 deverá conectar mais 1,6 bilhão de dispositivos em todo o planeta, o encontro destes ‘dois mundos’ abre um leque de possibilidades para cibercriminosos aumenta. Com isso, será possível provocar acidentes com automóveis, blackouts, enfraquecer ou até mesmo destruir infraestruturas públicas de serviços, que serão combatidos com sistemas de segurança que não serão suficientes para conter os ataques.

Um caso para alertar os profissionais de segurança são os agentes públicos de inteligência desonestos. Utilizando das ferramentas do Governo para benefício próprio, muitos dos ataques que potencialmente devem ocorrer em 2016 serão realizados por funcionários governamentais. A solução será um monitoramento diferenciado das plataformas mais expostas e um controle rígido das relações entre sistemas.

Além disso, computadores quânticos – que executam cálculos fazendo uso de propriedades de mecânica quântica, comumente utilizados pela NASA ou grandes centros de pesquisa cientifica e que tem o poder de quebrar grandes chaves criptografadas – estão mais acessíveis. Com este ganho de poder de fogo, a estimativa é que haja um aumento dos ataques que burlam a criptografia quântica. As empresas precisaram repensar suas estratégias de segurança e investir em pesquisa e desenvolvimento de formas avançadas de criptografia para conter os cibercriminosos.

Para lidar com todos estes riscos, uma estratégia deverá despontar no mercado: a micro segmentação. O conceito visa dividir as redes físicas das companhias em diversas ramificações, as micro redes, diminuindo o alcance e os riscos dos ataques. Partindo da premissa que existem chances reais de invasões, segmentar em universos menores as áreas de segurança da companhia aumenta a eficiência do monitoramento e a velocidade de reação ao ataque.

2016 será um ano de muitas ameaças, mas possivelmente de grandes soluções. Um novo mercado para o setor de segurança está formando, novas estratégias estão sendo pensadas e tecnologias estão sendo desenvolvidas. Resta saber qual dos lados levará a melhor.