Renata Natali é do suporte de pré-vendas do Grupo Binário
Renata Natali é do suporte de pré-vendas do Grupo Binário

Ainda pensando se é válido investir em mobilidade corporativa, trazer o BYOD/CYOD e afins para a empresa? Refletindo sobre migrar ou não alguns processos para a nuvem? Aderir ao tão falado Big Data?

É bom agilizar suas decisões neste sentido: uma pesquisa feita pela TNS Research em 11 países, incluindo o Brasil, acaba de comprovar que empresas que fazem investimentos ativos nestas três áreas registram aumento de receita a taxas até 53% maiores do que as que ficam de fora.

O estudo, feito com médias e grandes corporações, estratifica os benefícios trazidos por cada um dos conceitos. Quanto à mobilidade, por exemplo, as taxas de ganhos e economia medidas indicam benefícios claros.
Conforme o levantamento, quem mantém uma estratégia mobile ativa têm até 39% mais eficiência e melhora em 21% os processos de negócio, ao mesmo tempo em que reduz em 21% o uso de papel na organização.

Por conta das vantagens trazidas, a adesão das companhias à mobilidade aumenta a cada dia – e esta tendência demonstra integração com os demais conceitos que estamos abordando. O Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), por exemplo, mostra que as empresas estão usando mais a mobilidade em seus negócios movidas pela computação em nuvem e pelo conceito de virtualização, pois estes permitem que os colaboradores acessem aplicações corporativas mesmo estando fora do ambiente de trabalho, com recursos de gerenciamento que aumentam o controle do empregador sobre os dados e processos trafegados.

Essa interação entre o mobile e a virtualização de aplicações e equipamentos amplia o alcance das operações empresariais. Resultado, mais produtividade, clientes atingidos mais rapidamente, mais vendas.
Tanto isso é percebido que, no Brasil, dos 52 milhões de smartphones previstos para serem vendidos ainda em 2015, ao menos 5 milhões serão para o ambiente corporativo, aponta levantamento do IDC. Além disso, em poucos anos os smartphones e tablets, que ocupavam de 20% a 30% dos quadros de equipamentos nas empresas, hoje já ultrapassam 60%, relata a Embratel.

Já o site Teleco indica que mais de 70% de 400 companhias brasileiras entrevistadas, todas com mais de 100 colaboradores, usam devices mobile para trabalho, e, destas, 41% também utilizam planos de dados especificamente corporativos.

E o campo tem muito a crescer: dados da Anatel dão conta de que o país tem 279,3 milhões de linhas móveis em serviço. Ou seja, há muito “own device” para “bring” para dentro das companhias.
Vamos a cloud computing. Conforme a pesquisa da TNS, investir nesta tecnologia traz 42% de redução de custos e corta em 40% o tempo para realização de tarefas diversas, além de melhorar em 38% a alocação dos recursos de TI.
Deve ser por isso que o conceito ganha cada vez mais adeptos. Projeções de mercado indicam que até 2025 80% de todas as aplicações de produção das empresas estarão em nuvem (hoje são cerca de 25%) e praticamente 100% dos dados corporativos também estarão armazenados desta forma, deixando para trás o armazenamento em storages tradicionais.

No Brasil, a adesão à nuvem anda mais devagar do que globalmente, mas ainda assim avança. O estudo “A Conectividade nas Empresas Brasileiras”, realizado pela Embratel/Teleco, mostra que os serviços de Cloud Computing cresceram de 8% para 17% no país este ano, especialmente focando aplicações de e-mail, armazenamento, backup e segurança. No que tange a data center, 75% das empresas ouvidas preferem servidores internos e 13% delas armazenam dados nos computadores da companhia – só 7% hospedam a infraestrutura em nuvem.

Quanto ao Big Data, a TNS aponta que ele traz ganhos de 41% na melhoria de esforços de marketing, otimiza em 37% os gastos com publicidade e incrementa em outros 37% ações de marketing nas redes sociais.

No Brasil, tecnologias deste segmento recebem atenção crescente. As operadoras de telecomunicações são um setor que já despertou fortemente para os benefícios das soluções de mineração e análise de dados, que são usadas para identificar perfis de consumidores, gerir redes e nortear investimentos.

Mesmo assim, ainda há resistência quanto à adoção destas tecnologias em muitas empresas. Um dos fatores apontados para isso é a segurança.

Entretanto, consultorias globais indicam que esta barreira precisa ser vencida: as companhias precisam investir em mobilidade, Big Data e cloud computing, além de outras tendências como social business e Internet das Coisas, para serem competitivas.

Um estudo realizado pelo Gartner com 2,8 mil CIOs em 80 países, incluindo o Brasil, mostra que 89% deles alegam temer riscos ao negócio pela adesão a estas tecnologias, mas a própria empresa de pesquisas pondera que os motivos para preocupação ficam gradativamente menores em proporção ao crescimento destes conceitos no mercado. A ciberproteção, por exemplo, tem ganhado espaço nas discussões legislativas e conquistando leis e sistemas de controle pelo mundo – embora no Brasil este tema não seja ainda muito claro.

Lembrando que a recomendação é sempre investir, sim, mas com planejamento consciente: a escolha dos fornecedores tem de primar pela segurança, entre outros quesitos importantes ao negócio.

Por outro lado, as próprias tecnologias carregam em si recursos e possibilidades que incrementam a segurança. O Big Data, por exemplo, é utilizado na detecção de fraudes. No Brasil, estudos indicam que as empresas perdem cerca de 5% do lucro ao ano com fraudes, grande parte delas causadas por cibercriminosos. Enquanto isso, no país o uso do Big Data para análise de falhas e problemas é praticamente nula, com pouquíssimas companhias trabalhando base Hadoop, por exemplo, mas agregar informações, identificar o perfil do cliente, utilizar as ferramentas necessárias e estar preparado para receber e analisar essas informações – potencial todo trazido pelo Big Data – é uma fórmula bastante eficiente para detecção de riscos e combate de gargalo de proteção e de controle detectados.
Importante também saber que a questão da segurança vai bem além do investimento óbvio em ferramentas – para cloud, sistemas de segurança em várias camadas; para a mobilidade, aplicações MDM e outras inteiramente voltadas ao controle, gestão e proteção dos dispositivos e aplicativos móveis utilizados corporativamente -, permeando o cerne das empresas: sua cultura organizacional.

Se está comprovado que investir nas tecnologias emergentes traz aumento de receita e economia, e se é sabido que para chegar nisso é preciso proteger-se, comece por reprojetar a organização para a transformação digital – que, afinal, não ocorrerá do dia para a noite, será gradual e dependerá da adaptação de seus processos e, principalmente, pessoas.

Buscar estratégias que ampliem a consciência dos colaboradores sobre as várias questões da segurança da informação, trabalhar a mobilidade de forma produtiva e controlada, imbuir responsabilidade nos diversos níveis da hierarquia corporativa e reforçar a governança são ingredientes chave da receita de sucesso para uma migração sem medo rumo ao mundo 4.0.

Um movimento que, ao que tudo indica, já está ocorrendo: o mesmo estudo da TNS mostra que 54% das empresas ouvidas têm prestado atenção a não mais reagir a ataques, mas sim investir previamente em estratégias de segurança da informação.

Os passos estão sendo, e têm de ser, dados. Planejar é a pedra fundamental desta evolução, e o sucesso dela – bem, este as previsões garantem desde já.