Airton Arantes é Pré-Vendas do Grupo Binário
Airton Arantes é Pré-Vendas do Grupo Binário

Antes de entrar no aspecto de SDN é importante destacar o fato do comportamento interno das organizações quando se deparam com esse tema. As organizações têm setores separados de tecnologia, comumente vemos TI, Desenvolvimento e Telecom, onde cada um suporta o outro, porém em uma época em que discutimos redes definidas por software, de quem é essa responsabilidade? Do TI, Dev ou Telecom?

Se você demorou um tempo para responder, então você faz parte do cenário interno da maioria das empresas. Isso é ruim? Não, apenas nos mostra que isso é um fator que deve ser trabalhado, pois boa parte do discurso que é empregado para as vantagens do SDN, e Cloud também, é facilmente concluído pelos engenheiros (operação e desenvolvimento) como se eles tivessem perdendo seu espaço, o que é um ledo engano – se a rede está sendo definida pelo software isso não quer dizer que o pessoal de operação está perdendo seu espaço, significa que a cultura será diferente de agora em diante, o pessoal de desenvolvimento não vai mais trabalhar separadamente do pessoal de operação, vão trabalhar em conjunto, dando o nome de DevOps, que é um grupo de trabalho focado em reinventar como serviços são entregues, envolvendo tanto o desenvolvimento de software quanto operação e entregar valor ao negócio, dando respostas mais rápidas para a evolução dos serviços prestados, melhorando a experiência do usuário.

A SDN vem para dar uma plataforma normalizadora para que o DevOps se utilize de automação para poder entregar um serviço de qualidade fim-a-fim, até mesmo para serviços que venham a estar em versão Beta, já que a plataforma SDN nos dá a possibilidade de termos um modelo “FastFail”, que é um modelo em que podemos testar novas ideias e que, se esta não for bem sucedida, pode rapidamente ser desfeita na mesma velocidade em que a implantação ocorreu. Isso permite que as empresas possam ser muito mais audaciosas em seus projetos.

A competitividade do mercado não dá chance para erros: como sempre buscamos um time-to-market cada vez mais baixo, ter uma plataforma como essa é certamente um diferencial competitivo, e grande. Imagine quantas novas ideias não sairam do papel simplesmente pelo fato de que o estudo de comportamento de mercado não parecia ser completamente favorável ou que o setor de operação não estava em sintonia com o setor de desenvolvimento, mas que no fundo iria se tornar bastante rentável se aplicado.

Só para citar um exemplo, a Bloomberg, gigante no setor financeiro, está se utilizando das vantagens de SDN e Cloud para ter uma plataforma de entrega de serviços cada vez mais otimizada para as indústrias, que podem testar, na própria rede de produção – claro que logicamente separada -, vários softwares e já ter de cara um sentimento de como a rede vai se comportar quando este novo aplicativo entrar completamente em produção.

Outro benefício deste modelo é a centralização do controle. A base em software facilita o gerenciamento dos recursos e do funcionamento da rede pela TI, garantindo maior visibilidade para antecipar soluções a problemas previstos e agilidade na resolução de eventuais falhas que venham a ocorrer.

Em um mercado em que a continuidade do negócio é item número 1 na lista da competitividade, assegurar a performance da rede é vital. E neste contexto o SDN desponta como um conceito-chave, já que gera um ambiente de serviços e aplicações completamente automatizado, de interfaces amigáveis e de maior poder de gestão sobre ativos de rede, aplicações, tarefas e documentos.

Para aderir ao SDN, porém, é preciso tomar alguns cuidados, começando por avaliar o atual cenário da empresa e identificar que benefícios tal modelo de rede poderá trazer, efetivamente. Além disso, é preciso estudar uma forma de potencializar o legado de rede física, pois o intuito da migração é trazer ganhos, e não prejuízos. Ou seja: nada de simplesmente descartar a estrutura legada, é preciso fazer uma análise de como melhor aproveitá-la sem que ela barre a evolução do negócio.

Segurança é outra questão. Os times de gestão e segurança de TI devem estar integrados na validação da estratégia de SDN, isso irá assegurar uma migração confiável e tranquila.

Migrar para o SDN não é apenas uma possibilidade: segundo o IDC, é cada vez mais uma certeza do mercado. Cedo ou tarde, este modelo de redes se tornará massivo, o que deverá trazer otimização de custos, recursos e tempo. É uma evolução em curso, da qual vale a pena fazer parte.

Fontes:
http://ipnews.com.br/mercado-de-sd-wan-crescera-90-por-ano-ate-2020-aponta-idc/
http://34.73.68.51/blog/recomendacoes-para-adotar-sdn-com-tranquilidade
http://corporate.canaltech.com.br/noticia/infra/sdn-e-automacao-a-revolucao-das-redes-59511/
http://www.maxpressnet.com.br/Conteudo/1,834084,A_rede_ainda_a_base_da_TI,834084,2.htm