Sergio Humberto Marques é gerente de logística do Grupo Binário

O índice de pirataria de software no país em 2005 caiu de 64% para 53% no ano passado, de acordo com o Estudo Global de Pirataria de Software 2011 da Business Software Alliance (BSA). Segundo o relatório, a taxa brasileira foi a menor, abaixo da média da região, que é de 61%.

Esta é uma equação difícil de resolver. Os preços absurdos dos softwares no Brasil, comparados aos do exterior, aliados a um comportamento herdado de épocas passadas (a famosa “Lei de Gerson”) causadas em parte por um mercado que era totalmente fechado, sempre levou o brasileiro a procurar soluções alternativas para pagar menos para realizar seus desejos.

Um bom exemplo deste absurdo dos preços são os jogos de videogames, enquanto nos Estados Unidos compra-se um jogo por US$ 30/US$35, aqui o mesmo jogo não sai por menos de R$200, quase três vezes mais. Isso fatalmente leva o consumidor a tentar se proteger, pedindo para amigos trazerem quando viajam para fora ou em casos extremos, comprando jogos piratas.

De forma alguma o exposto acima é uma apologia à pirataria, mas sim uma “revolta”, já que os fabricantes de software querem ganhar muito e vendem pouco, ou seja, vão à contramão da lei da oferta e da demanda. Sabemos que o mercado de software é considerado de “demanda elástica”, quanto menor o preço, maior a venda. Consequentemente, os fabricantes poderiam ganhar menos por unidade vendida, mas com um incremento expressivo no volume, compensando a redução de preços. Se os fabricantes se conscientizarem disso, teremos uma diminuição ainda maior desses índices de pirataria que, de um modo ou de outro, mancham nossa imagem perante o resto do mundo.