Martha Leite é gerente de negócios do Grupo Binário.
Martha Leite é gerente de negócios do Grupo Binário.

A empresa é muito pequena, ainda. Ou já é grande o suficiente. Ou é média, está em expansão e o momento é de aguardar. Há sempre um questionamento a ser feito, um ponto (ou muitos) a ser analisado na decisão por investir em TIC. Sendo assim, decidi fazer uma análise hoje que pode ajuda-lo a pensar no melhor momento para fazer estes investimentos aí na sua companhia. Para isso, vou me embasar em experiência própria, avaliação do mercado e visões de especialistas. Vamos lá.

Há pouco tempo, ouvi de especialistas ligados a uma das maiores associações de empresas de TIC do país que a decisão pela hora certa de investir em tecnologia deve levar em conta três pontos: os objetivos dos gestores do negócio, o nível de amadurecimento organizacional da empresa e as exigências do mercado.

Concordo. Vamos avaliar o primeiro quesito. Quais são as suas metas para a empresa – quer mais produtividade, resultados e economia, com certeza, mas já pensou nas formas para conquistar isso tudo?

A tecnologia é um meio certeiro para chegar a estes fins, sim, mas pense bem por qual via você pretende trafegar. Abra o leque de opções tecnológicas que o cenário atual oferece e analise as que melhor se encaixam aos seus objetivos corporativos.

Se você quer mais processamento, capacidade de hospedagem e espaço físico livre, a virtualização e a cloud computing estão à sua disposição. Se o incremento das suas vendas está freado por falta de assertividade no público, timing e formato de oferta, entre outras tantas variáveis deste item, boas alternativas serão softwares de Business Inteligence (BI), Business Analytics (BA), Customer Relationship Manager (CRM) e o Big Data (estude-o e verá que se trata de muito mais do que um conceito, e que há dentro dele muitas opções cabíveis e não cabíveis a cada momento da sua companhia).

Vamos ao segundo ponto, amadurecimento organizacional. Administração pura. Liderança, planejamento, responsabilidades, definição de metas e processos.

Como está este quadro na sua empresa? Se a sua resposta for vaga, provavelmente seu negócio ainda esteja no caminho do amadurecimento, e neste sentido o investimento em tecnologia precisa ser muito bem pensado, pois há soluções que poderão auxiliá-lo neste crescimento e outras cuja adoção seria pré-matura para o atual cenário corporativo. Por exemplo: se hoje você tem processos muito redondinhos na matriz, mas as filiais têm gestão desintegrada, cada uma utilizando um sistema, padrões e procedimentos diferentes, então um ERP poderá ser uma boa solução.

Há softwares deste tipo disponíveis no mercado para todos os portes e segmentos de negócio. Desde que compatível com o seu, podem ser uma mão na roda na hora de padronizar ações, unificar sistemas, congregar documentações e informações, expandindo o controle geral.

Por outro lado, se a empresa é pequena, com poucos funcionários, e está se virando muito bem com os sistemas básicos, não é o momento de investir em um software robusto, de ROI longo, que poderá trazer a sensação de custar mais do que entregar num primeiro momento.

Vai de você avaliar o estágio de amadurecimento da sua organização. E este é um dos pontos mais críticos no momento de decidir pelo investimento em TIC.

Terceiro ponto, exigências do mercado. Deixei este por último pois não vejo como leva-lo em conta sem antes passar bem detalhadamente pelos outros dois. Afinal, é muito importante considerar as demandas e movimentos do mercado, mas essencial olhar para dentro de casa e saber o que está e o que não está pronto para atender as primeiras e seguir os segundos.

Quanto às demandas, o que cabe é estudar seu cliente, seu público alvo, e não partir para a oferta até que ajuste todos os ponteiros do seu negócio para faze-la corretamente e, especialmente, cumpri-la em todos os quesitos. Nada pior do que um fornecedor que promete e não entrega.

Sobre os movimentos, as tendências de mercado, muita calma. Não é porque todo mundo está falando na famosa transformação digital que você precisa sair correndo para ter todos os conceitos divulgados pelo último relatório do Gartner aí dentro da sua companhia. Esta transformação existe, sim, é muito importante e pareada por diversas tecnologias – muitas delas já citadas aqui neste post, como Cloud Computing e Big Data.

Entretanto, o mais relevante dela é a busca por alinhamento da TI aos negócios, por estreitamento entre estas áreas a ponto de torna-las intrínsecas uma a outra.

Pense nisso, direcione seus esforços para isso. Como a TI que você fornece pode ser aliada direta do negócio – gestão, venda, resultados, dinheiro em caixa – do seu cliente? Ou como a TI que você usa pode se aliar desta forma ao seu negócio? Se não se alia, o que comprar para chegar neste objetivo?

Outro especialista da área, o analista da consultoria Oliver Wyman, Andre Galesi, afirma que o “custo do dinheiro” no Brasil é muito acima da média mundial, e que a tecnologia precisa trabalhar para reduzir isso nas empresas. É um ponto de vista muito interessante, que vem bem a calhar com tudo o que estamos falando aqui. Ao pensar em investir em TIC, avalie que a hora certa será quando a solução ou serviço em questão virá para otimizar seus processos, permitindo fazer mais com menos custo, usar melhor os recursos que virão e os que já existem de forma inteligente e potencializada. Potencializar não é necessariamente economizar no investimento, mas com certeza o será no uso das soluções investidas.

Antes de investir, avalie para que lugar de seu negócio ou do negócio de seus clientes se destinará cada real destinado à tecnologia. Inovação é muito importante, e você precisa participar dela. Apenas, saiba que isso não significa pular na onda e sair surfando, vá com cautela, analise todos os pontos e decida bem embasado. Se achar melhor, há profissionais especializados para orientá-lo no planejamento e na decisão – que, quando tomada com todo este critério, certamente será assertiva.

Fontes:
http://goo.gl/FVqq8n
http://goo.gl/0NBnC6