Martha Leite é gerente de negócios do Grupo Binário.
Martha Leite é gerente de negócios do Grupo Binário.

Se você é um gestor de negócios, pode até não gerir negócios DE TI, mas de gerir negócios COM TI, você não vai escapar.

É uma sentença certeira, já que lá se vão três meses de 2014 e ainda há novas projeções de aumento dos investimentos em TIC corporativa para o ano surgindo a todo instante. A última delas, do Gartner, que voltou esta semana a reforçar tendências nas áreas de infraestrutura, data center e operações.

Sentença favorável, diga-se de passagem: não há como fugir da TIC nos seus negócios e isso é ótimo, já que, sabendo nivelar demandas a investimentos, ela só irá somar benefícios a favor do sucesso da empresa.

Para ajudar no processo de análise e escolha de onde investir, o próprio Gartner dá uma forcinha extra.  Globalmente, segundo a consultoria, organizações de todos os setores têm mirado bons impactos trazidos pela cloud computing. O que varia é o tipo da nuvem escolhida: no caso das corporações mais tradicionais, a cloud privada vai melhor que a híbrida (que mescla pública e privada), cuja aceitação é maior entre as empresas menores e com menos dados críticos armazenados.

Outra tecla bastante martelada pelo Gartner vem sendo a chamada Web-scale IT, abordagem arquitetônica que, de acordo com os analistas, subirá dos 10% de presença que tem atualmente entre as empresas globais para nada menos do que 50% nos próximos três anos.

O conceito, que prevê trazer recursos da nuvem de grandes fornecedores, como Amazon e Google, para dentro do ambiente de TI da empresa (é bem mais amplo que isso, mas podemos detalhar em outro post), será “o novo preto” do mundo da TIC nos próximos meses – aliás, será um dos temas centrais da próxima Conferência Gartner de Infraestrutura de TI, Operações e Data Center, que ocorre em abril em São Paulo. Fique de olhos e ouvidos abertos.

Tudo pensando em segurança, rapidez e agilidade, que, no fim do dia, são as palavras mágicas para garantir as boas entregas do seu negócio, seja ele qual for.

Isso tudo impactará o cenário global, mas nós estamos no Brasil, e temos de também pensar nas tendências diretamente associadas ao mercado nacional. Pois o mesmo Gartner faz projeções locais e, entre elas, a campeã é a otimização de custos via nuvem, principalmente, privada.

Conforme a consultoria, não apenas soluções, mas sim estratégias macro, para disaster recovery, também devem estar no centro das políticas de TI das companhias brasileiras, assim como investimentos na infraestrutura, sempre com foco em um máximo possível de aproveitamento de legado, sem comprometer a inovação.

Ao lado disso, outro alerta dos especialistas para o Brasil não é necessariamente focado em tecnologia, mas em recursos humanos. De acordo com as recentes análises, os gestores de negócios do país têm de ficar ainda mais atentos à atração e retenção de talentos de TIC.

Sei que o assunto não é novo, mas o sex appeal das corporações estrangeiras tem chamado cada vez mais atenção dos meninos e meninas prodígio da TI brasileira, e é bom pensar em como competir à altura se quisermos manter nossos times – e, por consequência, nossos serviços e produtos – qualificados.

Não sou eu que estou dizendo: são os analistas de mercado global. Convém prestar atenção.