Martha Leite é gerente de negócios do Grupo Binário.
Martha Leite é gerente de negócios do Grupo Binário.

Encerrado o primeiro trimestre do ano, é hora de avaliar o que já foi investido, quais ações foram tomadas e o que é preciso ajustar para dar andamento às estratégias que trarão bons resultados em 2015. Novos investimentos serão necessários ao longo de todo o ano, e a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) não pode ficar de fora disso.

Para ajuda-lo a guiar seus investimentos na área, selecionamos algumas tendências ressaltadas pela empresa global de consultoria Gartner, segundo a qual os gastos de corporações de todo o mundo com TIC aumentarão 2,4% este ano, movimentando um total ao redor de US$ 3,8 trilhões.

O valor fica abaixo dos 3,9% que a consultoria havia previsto anteriormente, e a queda é atribuída a fatores como a alta do dólar e a redução na procura por dispositivos bastante “aquecidos” até 2014, como é o caso dos tablets. Contribui, ainda, uma tímida diminuição na expectativa de busca por serviços de TI e de Telecom, mas o Gartner acredita que não deverá ser nada dramático.

Mas chega de queda, pois o momento é de olhar para frente e avante: a mesma consultoria aponta que este será um ótimo ano para o segmento de software empresarial, que levará investimentos estimados na casa dos US$ 335 bilhões, o que rende a este nicho a liderança dos gastos com TIC em 2015.

É claro que os fornecedores de software tradicional encontrarão concorrência cada vez mais acirrada do software em nuvem e do modelo on-premise. Neste ponto, o Gartner recomenda cautela a quem vende CRM e outras ferramentas de gerenciamento de relacionamento com clientes, pois há uma queda estimada de 25% para esta área até 2018, muito em função das borbulhantes ofertas do gênero em cloud computing.

Falamos antes nos tablets, e que o interesse do público por eles deve cair. O próprio Gartner informou recentemente que o mercado global destes dispositivos não deverá retomar o ritmo de alta observado nos últimos quatro anos, tendo baixa demanda em 2015, quando as vendas poderão alcançar 233 milhões, um crescimento lento, perto de 8% sobre o ano passado.

Mesmo somados aos computadores pessoais, notebooks, smartphones e impressoras, os tablets terão alta pequena este ano, com salto em cerca de 5,1% sobre 2014 – embora ainda seja um crescimento maior do que o apresentado no ano passado, quando o índice foi de 3,8% a mais do que em 2013.

E quanto aos serviços? Bem, a consultoria reduziu sua expectativa de alta para o setor, mas ainda prevê crescimento: ao invés dos 4,1% previstos inicialmente, a empresa de pesquisas agora fala em 2,5%.

Novamente, o motivo alegado é o modelo on-premise, que, segundo a empresa de pesquisa, demanda cada vez menos contratação de serviços relacionados a software. No Brasil, entretanto, há ainda outro fator contribuindo para a redução da expectativa de aumento: a incerteza global sobre as condições econômicas e políticas do país.

Mas nem tudo é queda: outro estudo, realizado pela ComputerWorld USA mostrou que 43% de um total de 194 executivos de TIC entrevistados em diversos países afirmou que seus orçamentos crescerão este ano, uma alta de 7 pontos percentuais sobre a previsão de 2014.

Entre os segmentos que mais receberão investimentos está a segurança da informação. Não é à toa: para este ano, especialistas de diversos órgãos de pesquisa já liberaram projeções sobre o aumento dos riscos às redes, dispositivos e dados corporativos, muito em função do aumento do uso de Internet das Coisas (IoT), do Big Data e da mobilidade. Até mesmo um grande ataque DDoS, maior do que todos os já vistos até hoje, está entre as possibilidades previstas para o ano.

Também etão entre as prioridades de investimento em 2015 a cloud computing, num mix público, privado e híbrido, e o Software como Serviço (SaaS).

Business Analytics, desenvolvimento de aplicações customizadas, mobilidade e wireless também são alguns filões que terão sua fatia dos US$ 3,8 trilhões a serem investidos em TIC este ano.

Eis aí um cenário bastante detalhado das áreas nas quais investir. E se você está do outro lado do balcão, é fornecedor e quer abocanhar a sua parte deste montante, aposte na oferta destas tendências, mas tenha em mente que a principal regra do jogo é: contenção de despesas.

Claro, em um ano em que a economia não projeta muitas certezas, ajudar seu cliente a poupar e otimizar investimentos será mandatório.

Não sou eu que estou dizendo: 53% dos CIOs ouvidos pela ComputerWorld USA disseram que a “contenção de despesas” será o norte de seus investimentos em TIC.

Fontes:

http://goo.gl/q7hXuw

http://goo.gl/73JtVk

http://goo.gl/YK9Nuo