Ailton Oliveira Neves é gerente Divisão - Data Center
Ailton Oliveira Neves é gerente Divisão – Data Center

A oferta cada vez maior de recursos tecnológicos para melhorar processos corporativos traz muitos benefícios, mas também desafios. Um deles é o redesenho do papel da própria TIC, que precisa se reposicionar como uma área estratégica, diretamente engajada aos negócios, e, por conseguinte, do CIO.

Pois é exatamente desta peça fundamental que quero tratar neste post: o CIO. Na era da empresa digital, este profissional vive um momento de readequação de perfil.

Não sou eu que estou dizendo: o Gartner, por exemplo, pesquisou mais de 2,8 mil CIOs de companhias globais e ouviu que 75% deles estão conscientes da necessidade de mudar seus estilos de liderança em prol do sucesso coletivo – tanto seu, quanto das empresas.

Esta mudança, ainda segundo a consultoria, deverá ocorrer nos próximos três anos. E o que incluirá? Em primeiro lugar, adotar um pensamento voltado aos modelos de negócios, pensando produtos a partir disso, ao invés da visão diretamente focada na eficiência operacional. Dar agilidade a processos internos é importante, mas para garantir o sucesso da empresa digital será melhor pensar o todo em detrimento do pontual, ou seja: o objetivo real do negócio determinará cada ferramenta a ser criada ou adquirida.

Auxiliar na competitividade das empresas é outro desafio cada vez maior para o CIO. Para isso, uma boa dica é saber transformar desvantagens em vantagens, enxergando em problemas e gargalos oportunidades de mostrar soluções.

Comunicação. Este velho dilema das equipes de TI torna-se ainda mais sério, pois o dogma das novas tecnologias é a informação. Dados por todos lados, vindo de todas as plataformas para análise em todas as ferramentas e uso nas mais diversas funções. E logo aí, na TIC, vocês não vão conversar? Abra o olho, CIO. Um time que se comunica bem troca ideias, experiências e soluções que elevam a qualidade do trabalho entregue.

A inovação também desafia, pois os profissionais de TIC estão acostumados a pensa-la sobre a própria tecnologia. Mas não é bem por aí, em tempos de TI Bimodal, o importante é conciliar grandes e demorados projetos, em geral voltados a soluções de base, com a criação ou adoção de recursos para atendimento de demandas pontuais, com muita agilidade e senso oportunista, tudo isso sem perder o legado.

Ah, o legado. Como preservar os investimentos já feitos sem relegar a empresa à obsolescência? Tem jeito, sim. E o melhor caminho é “pensar digital”, projetando meios de agregara ao legado já tão bem construído tecnologias de mobilidade, Big Data, cloud computing e outras tantas que surgem quase que diariamente.

Em meio a isso tudo, é claro, surge imponente um outro grande desafio, que é a segurança. Com tanta informação circulando, novas tecnologias, usuários com mais recursos à disposição do que nunca, fica difícil manter intacta a velha política de segurança. É hora de dar à gestão de riscos uma abordagem de contínua revisão, garantindo às políticas de acesso e segurança renovações sempre que necessário.

Para finalizar, é bom saber que quanto antes você se adaptar ao novo perfil de CIO esperado, melhor, pois o funil tem ficado cada vez mais estreito para líderes de TI. Estudo da consultoria de headhunting Asap Recruiters mostra que só no começo deste ano a dança de cadeiras entre os chefes de TIC com salário entre R$ 20 mil e R$ 40 mil foi 30% maior do que a média dos anos anteriores.

Em muito, isso foi motivado pela baixa entrega de projetos considerados exitosos pelas empresas.

É, não está fácil agradar. Mas uma revisão de ações, trazendo o foco para o novo e acompanhando as tendências que não param de pipocar mercado afora, parece ser um bom começo para garantir o sucesso do cargo e da companhia.

Fontes:
http://goo.gl/HH5xFt
http://goo.gl/8x5THU