Lincoln Netto é Solution Engineer do Grupo Binário
Lincoln Netto é Engenheiro de Soluções do Grupo Binário

A sociedade está cada vez mais consciente do papel da tecnologia em todas as áreas da sua vida. A transformação que a revolução tecnológica proporciona, seja nos segmentos de trabalho, saúde, educação, transporte, alimentação ou segurança, abriu as portas para que as Cidades Digitais tomassem força pelo mundo.

Para que uma cidade seja considerada digital é fundamental que ela atende alguns pré-requisitos como sinal de internet gratuito em todo território ou em determinada área; disponibilidade de ferramentas que executem serviços de atendimento online ou ligação de órgãos e prédios públicos por meio de cabeamento óptico.

Você sabe onde estão as Cidades Digitais? Um estudo da Huawei destacou os locais que desenvolveram os projetos digitais mais inovadores. Londres e Bristol ocupam o topo da lista, na frente de Birmingham, Glasgow, Manchester e Milton Keynes, cidades do Reino Unido. Para termos uma ideia, Londres lidera um esquema de cobrança para veículos motorizados em zonas de congestionamento, além de uma série de outros sistemas que facilitam a vida dos motoristas.

Por aqui, São Paulo implantou recentemente o pagamento por celular para estacionamento de carros em uma das quase 40 mil vagas públicas existentes. O funcionamento da ferramenta é simples, pois exige apenas que o motorista baixe um aplicativo no celular. Com isso, ao estacionar é necessário informar a placa do veículo e o tempo que deseja deixar o carro no local. O condutor é avisado quando o prazo estiver encerrando. Mas não para por aí, pois ao que tudo indica, para um futuro próximo, os motoristas poderão adquirir os créditos digitais em locais físicos, como bancas de jornal, por exemplo. Assim, o usuário informará ao estabelecimento a placa do veículo e obterá o crédito.

Esses e outros exemplos devem ser impulsores para que o mundo utilize de forma mais inteligente os dados e a tecnologia disponíveis, como é o caso de Bristol, a sexta cidade mais populosa da Inglaterra, que disponibiliza de dados abertos a pilotos com carros autônomos. As Cidades Digitais se dão pela combinação da inovação tecnológica, técnica e estratégia capaz de desenvolver projetos que beneficiem a vida da sociedade e a evolução da cidade como um todo, integrando as áreas e informações.

O Brasil segue seu caminho a passos lentos, claro, mas o importante é que não estamos parados. No Rio de Janeiro, há um centro de operações com 30 órgãos que monitoram o cotidiano da cidade durante 24 horas. A intenção é atender com mais agilidade incidentes e ocorrências, além de monitorar chuvas fortes passíveis de acarretar desastres naturais e acidentes de trânsito. São cerca de 560 câmeras espalhadas pela cidade. Outro exemplo de evolução é a prefeitura de São José dos Campos que, em parceria com a Ericsson, implantou uma plataforma que conecta 500 câmeras por 160 Km de fibra óptica para monitoramento 24/7.

Entre as tecnologias utilizadas nas Cidades Digitais estão soluções de infraestrutura e comunicações, como recursos ponto-a-ponto, que atuam por meio de rádios que funcionam nas frequências de 4.9 Hz, 5.4 Hz e 5.8 Hz. Com isso, é possível interligar as estações, inclusive nos pontos mais remotos. Esse caminho é ideal para locais que demandem a conexão sem fio como escolas e hospitais, por exemplo. A tecnologia Wi-fi é a mais utilizada, pois oferece uma conexão em alta velocidade e sem fios a uma frequência de 2.4 Ghz e 5.8 Ghz e uma taxa de transmissão de dados de 54 Mbps. Para grandes áreas urbanas que dependem da velocidade na conexão, o mais indicado é a tecnologia Wimax, de banda larga que também opera sem fio, mas com um alcance consideravelmente mais longo.

Soluções em nuvem para armazenamento de grandes quantidades de dados, infraestrutura de rede para dar sustentação às soluções e sistemas utilizados para fornecer serviços aos moradores, ferramentas de controle e gestão, segurança para toda esta gama de ferramentas digitais: a TI está disponível para fornecer o arsenal de recursos que as Cidades Digitais precisam para existir. Tudo isso pode tornar a vivência nas cidades muito mais aprazível, produtiva, estratégica, com benefícios para áreas das mais diversas, como transporte, saúde, educação, segurança pública, entre outras.

Falar em Cidades Digitais é falar na construção de um mundo mais inteligente, e a tecnologia é o cerne para atingir este objetivo.