Martha Leite é gerente de negócios do Grupo Binário.
Martha Leite é gerente de negócios do Grupo Binário.
Já tratamos, aqui no blog, de como a adoção de uma boa estratégia de uso de Big Data pode potencializar e melhorar as tomadas de decisão em uma empresa. Retomo o tema em função do momento de Copa do Mundo. Por quê? Deixe um estudo realizado no Brasil pouco antes do início do mundial responder à pergunta: até o fim do torneio, a estimativa de tráfego IP é de 4,3 exabytes no país– nada menos do que o triplo da taxa mensal registrada habitualmente.

Muito dado, não é mesmo? E para quem sabe usar tudo isso a seu favor, é um verdadeiro pote de ouro. Veja um exemplo literal do Big Data entrando em campo: a Federação Alemã de Futebol (DFB) adotou um aplicativo que roda em nuvem e permite a busca e análise de dados sobre o desempenho dos jogadores de sua seleção e demais times participantes do mundial. Com isso, a comissão técnica melhora suas decisões sobre treinamentos, preparação das táticas de jogo, situações de campo, entre muitas outras.

Do mundo do futebol para a realidade das empresas, o cenário não se altera, apenas se adequa. A Copa do Mundo foi oportunidade para companhias de outros setores, como, por exemplo, as aéreas. No Brasil, diversas delas usaram um software de análise para cruzar dados de redes sociais, buscas na web e pesquisas feitas em agências de viagens para identificar picos de demanda, destinos favoritos, procedência de passageiros e a partir disso gerenciar as melhores ofertas para o período.

É a TI auxiliando diretamente nas vendas dos mais diversos segmentos. Prova disso são estes exemplos a seguir, longe do mundo da bola, mas na linha do gol do Big Data.

A UPS, companhia norte-americana de transportes e logística instalou sensores telemáticos em mais de 46 mil veículos para captar dados como velocidade, direção e localização. Com esta base, um software chegou a algoritmos de distribuição para melhorar os trajetos dos caminhões. Resultado: reduziram acidentes e passaram a economizar 4,8 milhões de litros de gasolina por ano.

Já a fabricante de alimentos Danone apostou na TI para melhorar a produção e distribuição de seus iogurtes. A companhia adotou um software que coleta dados de predição de demanda e os integra a históricos regionais e de mercado, agregando informações sobre consumidores e preços. A partir disso, a empresa passou a projetar vendas e promoções, melhorou a previsão de demanda de 70% para 98% e triplicou a cota de mercado do iogurte Grego, uma das estrelas de seu portfólio.

Há muitos outros exemplos, mas estes já são suficientes para mostrar o poder do Big Data aliado ao seu negócio. Aproveite os dados que estão aí parados em seus cadastros, sistemas de pedidos e entregas, SAC e ouvidoria, na sempre presente Internet e em muitas outras fontes, adote tecnologias para captá-los e cruzá-los de acordo com as informações que deseja obter e assista de camarote à melhoria em seus resultados.

Não sou eu que estou dizendo: um levantamento da consultoria global Bain & Company com 409 grandes corporações de diversas regiões e setores concluiu que quem aderiu ao Big Data prematuramente ganhou vantagem competitiva sobre os demais, que companhias usuárias de soluções analíticas avançadas superaram a concorrência com grandes margens e que estas mesmas organizações têm duas vezes mais chances de estar no primeiro quartil de desempenho financeiro dentro de suas indústrias (ou seja, os primeiros 25% de empresas com melhores resultados).

O sócio da Bain e Company, Jean-Claude Ramirez, vai ainda mais longe: “os resultados só são eficientes para aqueles que incorporam o Big Data à organização”, afirma no estudo.

Ao que parece, a tática do jogo está definida. Resta agora você, gestor, escalar sua seleção de soluções, definir o esquema de dados a serem garimpados e cruzados, colocar este time no campo do seu negócio e se posicionar para esperar os resultados. Não tenha dúvida: certamente, será gol.

Fontes: http://goo.gl/E8IuEN
http://goo.gl/vLJf82
http://goo.gl/AbnD7r